Fernando Pessoa, poeta e medium

[Saphira]

Tudo indica que Fernando Pessoa pertencia a uma família de mediuns. Frequentemente, confessava a amigos que fazia parte de um pequeno grupo de sessões práticas de Espiritismo. Nelas, a sua mãe apresentava, segundo o poeta, expressivas manifestações mediúnicas. Além da participação da sua família, ele sempre mencionava a sua tia Anica e uma senhora de nome Maria, ambas médiuns de escrita automática. Consta que Fernando Pessoa tornou-se médium de escrita automática - psicomecânica e também médium vidente, aos 28 anos.

Sua primeira comunicação mediúnica foi através da escrita do seu falecido tio Cunha. A expressiva mediunidade psicomecânica, ou de escrita automática, como Fernando Pessoa classificava, não interferia na mente do médium, nem havia, tão pouco, alterações de personalidade, mas, segundo o poeta, por vezes ficava inconsciente, magnetizado e caindo para o lado.

Quanto à sua mediunidade de vidência, Fernando Pessoa conseguia ver com absoluta nitidez a sua aura, a irradiação de suas mãos e a presença de Espíritos benfeitores que o assistiam nas horas de necessidade.

Num difícil momento de sua existência, Fernando Pessoa demonstrou ser médium sensitivo: aquando do suicídio de seu fiel amigo, o poeta Sá Carneiro. Na ocasião, levado por uma forte depressão, revelou claro sintoma do chamado envolvimento, quando se dá a imantação de um Espírito em uma pessoa. O facto ocorreu logo após a morte de Sá Carneiro.

Os heterônimos - É muito provável que os heterônimos Ricardo Reis, Alberto Caeiro e Álvaro Campos, com quem Fernando Pessoa assinava seus poemas, sejam nomes dados por poetas quando encarnados, o que demonstra que a autoria desses versos seja de Espíritos desencarnados e não dele mesmo.

Fernando Pessoa nunca assumiu a autoria da sua poesia como mediúnica, senão teria posto os nomes dos seus verdadeiros autores. Grande poeta e também grande médium, ele fez uso de sua notável capacidade intelectual, dando mais prioridade aos interesses espirituais que aos terrestres. Esta posição com bases nos conhecimentos e esclarecimentos da Doutrina Espírita são renegados até hoje, por milhares de conterrâneos seus em Portugal, por ainda possuírem certas traves nas suas mentes.

por Maria A. Romano - Jornal O Semeador - julho/2009, Brasil

[Scully]

Esta posição com bases nos conhecimentos e esclarecimentos da Doutrina Espírita são renegados até hoje, por milhares de conterrâneos seus em Portugal, por ainda possuírem certas traves nas suas mentes.
por Maria A. Romano - Jornal O Semeador - julho/2009, Brasil

Traves na mente? Desculpem mas esta escritora, Maria A. Romano, é que deve ter uma trave de mente! É com cada palavra que usa na escrita.. cada vez dá menos a entender o que quer exactamente dizer.

Cada um tem direito à sua opinião, e esta, vinda de alguém que até se engana nos nomes dos principais heterónimos deste escritor Português certamente não me inspira muita veracidade.

[Mr.MorningStar]

Sabesse que ele sempre teve essa tendência para o esoterismo mas nunca foi assumida publicamente. Só em circulos mais reservados.

O poema psicografia pode ser interpretado como um sinal de que ele sentia a dor que não era ele.

[Saphira]

Para quem não sabe...Fernando Pessoa analisou mais de 300 mapas astrais...Recebia cartas de pessoas a pedir-lhe e a pagar-lhe o serviço.
Encontraram no bau dele cerca de 3 mil papeis com rabiscos sobre astrologia.

Mas por acaso eu desconhecia essa parte mais mediunica dele, mas acredito plenamente

[vaderetro]

Fernando Pessoa era sobretudo um ocultista.

[Saphira]

Fernando Pessoa era sobretudo um ocultista.

Muito mais que um mero ocultista e apaixonado pelo oculto.
Era um astrologo estudioso, praticante e implementou várias novas teorias na astrologia.
Para além das suas ligações à espiritualidade/mediunidade e à maçonaria.

[Pucca]

Fernando Pessoa era um ocultista sim, estudou dedicadamente a Gnose e o movimento Golden Dawn, onde conviveu com Aleister Crowley (O censurado mago do Tarot, sob quem recaiem muitas superstições).

Deixo-vos o Hino a Pã (supersticiosos não leiam)
traduzido por Fernando Pessoa, escrito originalmente por Aleister Crowley


" Hino a Pã
de Mestre Therion(Aleister Crowley)

Vibra do cio subtil da luz,
Meu homem e afã
Vem turbulento da noite a flux
De Pã! Iô Pã!
Iô Pã! Iô Pã! Do mar de além
Vem da Sicília e da Arcádia vem!
Vem como Baco, com fauno e fera
E ninfa e sátiro à tua beira,
Num asno lácteo, do mar sem fim,
A mim, a mim!
Vem com Apolo, nupcial na brisa
(Pegureira e pitonisa),
Vem com Artêmis, leve e estranha,
E a coxa branca, Deus lindo, banha
Ao luar do bosque, em marmóreo monte,
Manhã malhada da àmbrea fonte!
Mergulha o roxo da prece ardente
No ádito rubro, no laço quente,
A alma que aterra em olhos de azul
O ver errar teu capricho exul
No bosque enredo, nos nás que espalma
A árvore viva que é espírito e alma
E corpo e mente - do mar sem fim
(Iô Pã! Iô Pã!),
Diabo ou deus, vem a mim, a mim!
Meu homem e afã!
Vem com trombeta estridente e fina
Pela colina!
Vem com tambor a rufar à beira
Da primavera!
Com frautas e avenas vem sem conto!
Não estou eu pronto?
Eu, que espero e me estorço e luto
Com ar sem ramos onde não nutro
Meu corpo, lasso do abraço em vão,
Áspide aguda, forte leão -
Vem, está fazia
Minha carne, fria
Do cio sozinho da demonia.
À espada corta o que ata e dói,
Ó Tudo-Cria, Tudo-Destrói!
Dá-me o sinal do Olho Aberto,
E da coxa áspera o toque erecto,
Ó Pã! Iô Pã!
Iô Pã! Iô Pã Pã! Pã Pã! Pã.,
Sou homem e afã:
Faze o teu querer sem vontade vã,
Deus grande! Meu Pã!
Iô Pã! Iô Pã! Despertei na dobra
Do aperto da cobra.
A águia rasga com garra e fauce;
Os deuses vão-se;
As feras vêm. Iô Pã! A matado,
Vou no corno levado
Do Unicornado.
Sou Pã! Iô Pã! Iô Pã Pã! Pã!
Sou teu, teu homem e teu afã,
Cabra das tuas, ouro, deus, clara
Carne em teu osso, flor na tua vara.
Com patas de aço os rochedos roço
De solstício severo a equinócio.
E raivo, e rasgo, e roussando fremo,
Sempiterno, mundo sem termo,
Homem, homúnculo, ménade, afã,
Na força de Pã.
Iô Pã! Iô Pã Pã! Pã!"

[Saphira]

Sim, é tudo verdade.
Vários jornalistas relataram a vinda de Aleister Crowley cá a Portugal e foi Fernando Pessoa que o recebeu.
Contactou várias vezes por carta com ele e com outras personalidades famosas. Debateu ideias e procurou aprender com eles, para poder evoluir.

[vaderetro]

Eu tenho vindo a analisar Fernando Pessoa, e cada vez mais certo que os "heteronomios" não eram da esquizofrenia, eram manifestações espirituais.

[Athena]

Eu tenho vindo a analisar Fernando Pessoa, e cada vez mais certo que os "heteronomios" não eram da esquizofrenia, eram manifestações espirituais.

provavelmente não havia esquizofrenia, digo eu !!!!!

[Saphira]

Mais depressa acredito em manifestações espirituais do que em esquizofrenia.
Havia grande ansiedade generalizada e social, sendo uma pessoa tímida, retraída e nervosa.
Mas doença mental grave, não acredito.

Também acredito no seu vasto conhecimento literário e na propositada criação de heterónimos para explorar várias vertentes.
Acredito que tivesse grande influência o facto de ter a mente aberta para o mundo espiritual e interesse para tudo o que vai além da ciência propriamente dita.

Portugal tem vergonha que se saiba que o seu grande poeta era também, um grande astrólogo.

[Mr.MorningStar]

A maior parte das pessoas portuguesas nem uma estrofe de Fernando Pessoa sabe.

[xxghostxx]

Uau, eu lembro-me de estudar Fernando Pessoa na escola e ter sido uma das únicas matérias, cujo tive um grande interesse! Interessante artigo, anyway!